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por Mariana L. Rodrigues

          O trabalho consiste no preenchimento de buracos, ou falhas em construções, ou em rachaduras com pedras preciosas falsas, ou seja, na decoração e ornamento de composições com pedras preciosas falsas esses lugares já quebrados ou falhados. Dessa forma, o que se pretende com a obra é a oposição de dois símbolos. O buraco como uma falha do tempo, ou uma falha humana, um lugar sem manutenção, um lugar abandonado com falta de cuidados ou de fiscalização. Portanto, já decrepito pelo tempo, falhado. A pedra preciosa, como símbolo do luxo, o adorno com pedras preciosas desde sempre utilizado para esse fim e muito também como além de distinção social e estética, distinção de nobreza. Mas que também é falsa é uma máscara.

 

            É a partir desse ponto antagônico, a oposição entre buraco e pedra preciosa, o luxo e o decrepito, a nobreza e o abandono que a obra se equilibra. Assim se adiciona a esse discurso o caráter irônico da obra que trata o descuido de forma cômica ou festiva, carnavalesca. A nostalgia de algo abandonado durante o tempo, da falta de algo que já esteve lá, ou que era para estar ou até mesmo algo que não se quer ver e cuja realidade é melhor mascarar, é festejado com as cores cintilantes das pedras, é uma festa, é um desfile de escola de samba. O buraco e o falhado é um luxo.

Buraco Phyno
2014

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